Com a melhora nos indicadores da Covid, aos poucos os hospitais de Belo Horizonte estão deixando de ter leitos exclusivos para a doença. Em um mês, houve uma redução de 22% no número de UTIs reservadas para pacientes com o coronavírus e 25% nos leitos de enfermaria. 

Mas os leitos disponíveis, tanto na rede pública quanto na suplementar, ainda são maiores que em 1º de março, pouco antes do grande pico da doença no país. Naquele momento, a cidade contava com 565 UTIs e 1.399 leitos clínicos para a Covid – hoje são 812 e 1.510, respectivamente. 

Maior hospital de Minas, a Santa Casa de Belo Horizonte é uma das instituições que passa pelo processo de redução de leitos para Covid. De acordo com Cláudio Dornas, Superintendente de Gestão e Planejamento Assistencial do hospital, esse planejamento é gradual e acertado semanalmente com a Secretaria Municipal de Saúde. 

Cerca de 60 leitos de UTI e 55 de enfermaria deixaram de ser exclusivos para a Covid, para voltarem a receber pacientes com outras doenças. Mas a estrutura para atender pessoas com coronavírus continua robusta. São 61 leitos de terapia intensiva, com 89% de ocupação, e 95 leitos clínicos, sendo de 75% estão ocupados. 

Mas Dornas garante que mesmo quando a Covid estiver controlada na cidade, ainda assim a Santa Casa continuará mantendo uma área isolada para atender pacientes com a doença. “Pelo menos de dez a 20 leitos serão mantidos para sempre. Esse é um compromisso da Santa Casa. Uma coisa que aprendemos com essa pandemia é que devemos estar sempre preparados”, diz. 

O médico pontua ainda que os idosos se tornaram casos raros no CTI Covid. Os poucos casos ocorridos nessa faixa etária estão relacionados a outras doenças graves. “É uma pessoa vacinada, mas com um câncer tão severo, que até mesmo uma simples gripe pode provocar um agravamento”, explica. Neste momento, a maioria dos internados é formada por jovens ainda não vacinados. 

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a diminuição gradativa de leitos para Covid na rede pública tem acontecido devido à tendência de queda nas taxas de ocupação apresentada nos últimos dias, somada ao retorno gradual das cirurgias eletivas. A pasta garante que a segurança para a população está mantida e, caso necessário, os leitos podem ser reconvertidos para atendimento contra a Covid.

“Ao longo da pandemia, sempre de acordo com os indicadores epidemiológicos e assistenciais, foram realizadas aberturas e remanejamento para leitos de retaguarda”, afirma a pasta.