Até sábado, Belo Horizonte pretende vacinar contra a Covid toda a sua população com mais de 18 anos. Com o avanço da imunização, a cidade vai cada vez mais se abrindo para atender presencialmente os moradores e poucos equipamentos públicos permanecem fechados.
O Parque Municipal Américo Renné Giannetti permanece fechado, porque o vírus da raiva foi encontrado em quatro morcegos que estavam no local. Nove parques estão abertos, mas é preciso agendar a entrada por meio do site da prefeitura, para evitar aglomerações.
Para o comércio e para as academias esportivas, não há mais restrições de funcionamento aos finais de semana. Apenas bares, restaurantes e outros ramos alimentícios continuam com impedimento em relação ao horário, encerrando o atendimento presencial às 23h – mas podendo fazer entregas em domicílio durante a madrugada. O distanciamento entre as mesas continua de dois metros, com ocupação máxima de seis pessoas distantes um metro uma da outra.
As escolas podem receber mais alunos presencialmente, calculando a distância de um metro entre os estudantes. As faculdades também tiveram permissão para retomar as atividades em sala de aula, mas muitas ainda aguardam a vacinação dos alunos para uma retomada segura. A UFMG, por exemplo, deve fazer isso em outubro.
Está proibido público nos jogos de futebol nos estádios, já que os protocolos não foram seguidos corretamente nas partidas de Atlético pela Libertadores e do Cruzeiro pela Série B do Brasileirão. O prefeito Alexandre Kalil prometeu rever a restrição em um breve futuro, a depender do comportamento da epidemia de Covid na cidade.
Aos poucos, a programação cultural vai voltando ao normal. Os cinemas já podem vender ingressos para 60% das cadeiras das salas de exibição. Praticamente todos os grandes equipamentos culturais da cidade já retomaram suas atividades – alguns de forma parcial, como o Museu das Minas e do Metal e a Biblioteca Pública Luiz de Bessa.
Todos os eventos musicais (seja em teatro ou em um bar) devem ter público sentado e as casas noturnas ainda não puderam reabrir as portas. Já para os eventos sociais privados, há um protocolo específico com normas mais rígidas: todos convidados devem ser testados (RT-PCR ou Antígeno) e precisam apresentar dados para possíveis rastreamentos.
Mas a flexibilização não é sinônimo de normalidade, os cuidados permanecem. De acordo com o infectologista e professor da UFMG Unaí Tupinambás, para poder voltar ao normal é preciso ter 85% da população vacinada com duas doses. “Essa ameaça da variante delta mostra que temos de ter a imunização efetiva com duas doses”, explica.
“As atividades estão abertas e a gente sempre recomendou para as pessoas usarem máscaras, manterem o distanciamento, além de fazerem um automonitoramento. Se estiver com sintomas, não participe dos eventos, procure ficar em casa e procurar unidade de saúde, se tiver suspeita de Covid”, afirma Tupinambás, acrescentando que é possível haver um aumento de casos em setembro, se o Brasil repetir as curvas de outros países tomados pela variante delta.
O médico reforça ainda a necessidade de que todos tomem a segunda dose da vacina, para garantir uma imunização contra a variante delta. Segundo Tupinambás, muitas pessoas temem sentir novamente as reações adversas, mas os efeitos da segunda aplicação tendem a ser muito menores, tratadas facilmente com Dipirona ou Paracetamol.