Buenos Aires, 30 nov. 20 / 10:55 am (ACI).- Manifestações multitudinárias ocorreram no sábado, 28 de novembro, em toda a Argentina para dizer ao governo do presidente Alberto Fernández que a maioria do país é celeste, defende a vida e rejeita o aborto.
As manifestações foram realizadas em todo o território, segundo os organizadores em mais de 500 cidades, com o lema #LaMayoríaCeleste (#AMaioriaCeleste), para expressar oposição ao projeto de lei, promovido por Fernández, que visa legalizar o aborto no país, e que poderia ser votado no próximo dia 10 de dezembro.
Com marchas, protestos, manifestações e caravanas, os argentinos saíram às ruas de Buenos Aires, Neuquén, Rosário, Tierra del Fuego, Paraná, Jujuy, Resistencia, Posadas, La Rioja, Santa Fé, Córdoba, Corrientes, Bariloche, Chubut, Salta , entre outras.
Além da Argentina, em diversos países como Peru, Costa Rica, El Salvador, entre outros, grupos pró-vida realizaram protestos em frente às embaixadas argentinas.
Com slogans como “Legal ou ilegal o aborto mata igual”, “Não temos medo de defender a verdade”, “Os que defendemos a vida somos mais, somos a maioria celeste”, entre outro, os argentinos dizem não à legalização do aborto.
Uma das participantes da marcha em Buenos Aires foi a deputada Victoria Morales Gorleri, que há poucos dias recebeu uma carta do Papa Francisco, em resposta a uma carta enviada por duas mulheres de um dos bairros populares da capital, Villa 31, preocupadas com o projeto de lei do aborto promovido pelo presidente Fernández.
“Francisco me escreveu uma carta, dirigida às mulheres, onde diz que não é justo contratar um matador de aluguel para resolver um problema”, recordou a deputada.
“Temos que resolver o problema lutando contra a pobreza e criando empregos. Os caminhos são diferentes e não a eliminação de uma vida”. “É um fracasso para uma nação legalizar a morte de um ser humano”, acrescentou.
“Para além dos credos e da própria Constituição, é uma questão de ética, de uma visão de humanidade. Se legalizarmos a decisão sobre a vida humana para resolver um problema, teremos um fim de ano muito triste porque nos tornaremos um povo que se distancia cada vez mais da ética ligada ao ser humano”, destacou Morales.
Por sua vez, o conhecido cientista político e especialista em ideologia de gênero, Agustín Laje, afirmou que “a vida não é apenas um direito, mas um direito fundamental, sem o qual nenhum outro direito faz sentido”.
O que toda pessoa “precisa, em primeiro lugar, é o direito de viver para exercer qualquer outro direito. É até uma questão de lógica”, frisou. Do mesmo modo, alertou que “a ruptura dos direitos humanos começa pela ruptura do direito à vida”, como se pretende fazer com a lei do aborto.
Camila Duro, da Unidade Pró-Vida Argentina, explicou à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, que as grandes manifestações de sábado aconteceram porque o governo Fernández “quer legalizar o aborto de modo expresso, virando as costas à maioria do povo argentino, por isso procuramos manifestar nossa insatisfação com essa medida”.
A presidente de Médicos pela Vida Argentina, Dra. María José Mancino, por sua vez, disse à ACI Prensa que, ao contrário do que dizem os que apoiam a regra antivida do governo, “o aborto não é um problema de saúde ou um problema prioritário. Na Argentina existem muitos outros problemas que não estão sendo considerados”.
“Na Argentina, em 2018, o Senado já rejeitou e o povo já saiu às ruas para dizer que não queremos o aborto. O país não precisa estar dividido em um clima político e econômico tão tenso".
Na madrugada de 9 de agosto de 2018, o Senado argentino rejeitou a lei do aborto por 38 votos a 31, uma histórica vitória pró-vida que demonstrou a vontade do povo argentino.
Dra. Mancino destacou a necessidade de “defender os valores, tradição e família do país. O aborto é uma questão que nos divide a todos. Com esta lei, querem matar os futuros argentinos, compatriotas, cidadãos do nosso país”.
Raúl Magnasco, da Más Vida Argentina, explicou à ACI Prensa que "vivemos tempos muito difíceis em nosso país e é importante que nos comprometamos com a defesa da vida".