SANTIAGO, 20 out. 20 / 08:56 am (ACI).- Após os ataques perpetrados contra a igreja de São Francisco de Borja e a paróquia da Assunção, em Santiago, Chile, o Arcebispo local, Dom Celestino Aós, exigiu respeito paracom os católicos.
Durante a tarde de 18 de outubro, em meio às manifestações por ocasião do primeiro ano de revolta social no Chile, as duas igrejas foram saqueadas, destruídas, pichadas por dentro e totalmente queimadas.
No caso da igreja da Assunção, o incêndio provocou a queda da torre, o que foi comemorado pelos agressores. A mesma coisa aconteceu quando outro sujeito derrubou a imagem da " Virgem Maria porta do céu" na fachada da igreja de São Francisco de Borja.
Os agressores colocaram vídeos e fotos dos danos nas redes sociais, enquanto outros posaram com as imagens religiosas destruídas.
Queman la Iglesia de la Asunción de Chile.
Construiremos todo lo que destruyáis. Siempre con la cabeza alta y paso firme, sin miedo a nadie. Os plantaremos cara. pic.twitter.com/Fvi6Fh21S1
Golpe a la historia
En Chile quemaron iglesias. Más allá de las religiones, de la izquierda y la derecha, es un golpe a la historia. La Iglesia de la Asunción, en Santiago, tenía 150 años.
No es una protesta, es vandalismo. No es hartazgo, es criminalidad. No es lucha, es locura pic.twitter.com/OSEnUGeSJQ
A paróquia da Assunção já havia sido atacada em novembro de 2019, enquanto a igreja de São Francisco de Borja sofreu ataques em janeiro deste ano. Ambos estão perto da Praça Itália, local onde os manifestantes se reúnem.
“Queremos um Chile onde reine a paz, onde possamos viver juntos, onde se receba o respeito. Queremos respeitar e queremos ser respeitados, não queremos ser cidadãos com privilégios, nem cidadãos de segunda categoria, esse respeito está em todo o lado”, afirmou o Arcebispo.
Os ataques "afetam a alma dos chilenos, a alma dos católicos", acrescentou.
Sobre o próximo plebiscito constitucional em 25 de outubro, Dom Aós expressou sua esperança de que seja realizado com "tranquilidade e que todo o processo de construção e renovação deste Chile seja um processo de paz".
Nesse sentido, exortou todos a se comprometerem a ser “pacificadores, para que você e eu possamos ser agentes de paz e de carinho e de saudação a essas comunidades que sofrem”.
Bispo Castrense condena a violência
Por sua vez, o Bispo Castrense do Chile, Dom Santiago Silva, rejeitou a violência “que destrói a construção de uma sociedade mais justa, respeitosa e fraterna”.
“Rejeitamos categoricamente a violência de grupos que não respeitam as pessoas ou o seu direito de se manifestarem em paz”, “com a mesma energia rejeitamos o vandalismo contra tudo o que as pessoas precisam para a sua subsistência, para viver em sociedade e para expressar sua fé e seu amor a Deus”, disse Dom Silva.
Nesse sentido, o Bispo Castrense condenou a violência “que destrói a construção de uma sociedade mais justa, respeitosa e fraterna”, especialmente na Paróquia de São Francisco de Borja, “lugar de culto onde a comunidade cristã se reunia para compartilhar sua fé e a oração, para celebrar os sacramentos e realizar ações de serviço em benefício dos outros”.
Así quedó la iglesia San Francisco de Borja tras los ataques del 18 de octubre. Oramos por Chile y su vocación de entendimiento. pic.twitter.com/WRvUzFlxx6
“Muitos se dirigiram a ela buscando o Senhor como fonte de paz, guia para seu caminhar, força em meio às dificuldades. O templo já tinha sido saqueado e queimado em janeiro deste ano, após o início da crise social, e o que restou, ontem voltaram a profanar”, indicou o Bispo em relação a um atentado anterior de características semelhantes ocorrido no dia 3 de janeiro deste ano.
O Prelado e os capelães da Diocese Militar expressaram sua “proximidade humana e espiritual aos Carabineiros do Chile e suas famílias”, cujos serviços religiosos são realizados na Igreja de São Francisco de Borja, bem como aos moradores da região, “que há anos celebram sua fé e seus sacramentos na Igreja institucional”.
“Eu os convido a manter a fé, a esperança e o amor em Deus. Este grupo de ativistas violentos que queimaram o templo não destruirá a nossa fé, que é a fé da Igreja como comunidade do Senhor ressuscitado que, com a entrega de sua vida, venceu o mal e a violência”, expressou Dom Silva.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.