O Sindicato dos Professores de Minas (Sinpro- MG) informou ter feito, em uma semana, 15 denúncias à PBH sobre escolas privadas que não cumprem os protocolos sanitários. “São casos de não uso da máscara, rotatividade muito grande dos professores, não há rodízio entre os dias de aula, além da falta de distanciamento entre as turmas que não pertencem a mesma bolha”, cita a presidente da entidade, Valéria Morato.
“É impossível seguir esse protocolo com crianças. Estão fazendo os pais assinarem um termo que os responsabilizam se houver alguma contaminação. A escolas se isenta da responsabilidade”, completa.
Para o retorno das atividades, a prefeitura de Belo Horizonte publicou um protocolo, que prevê, entre outras coisas, que o tempo máximo de permanência do aluno na escola seja de, no máximo, quatro horas. Além da higienização constante e do uso da máscara, as salas de aula só poderão ter 12 alunos.
"Todos querem voltar, os professores também estão exaustos, mas eles querem viver também. Nossa opção é pela vida e pela segurança. Não estamos em tempos normais, estamos em guerra com um vírus, que para o combate só nos resta a opção do distanciamento enquanto não há vacina", ressalta a presidente da entidade.
Negativa
O Sindicato das Escolas Particulares (Sinep) defendeu que as instituições estão seguindo os protocolos e ressaltou que mais de 60% das famílias se mostraram favoráveis à volta às aulas na rede privada.
"Achávamos que teríamos uma adesão pequena, porque foi o que ocorreu em outros Estados. Mas as escolas estão se organizando desde julho do ano passado. Estão sendo seguidos com rigor todos os critérios e protocolos sanitários, tanto os impostos pela prefeitura quanto os seus próprios protocolos para reforçar o cuidado", explica a presidente do sindicato, Zuleica Reis.
Segundo ela, os pais que não se sentirem confortáveis podem optar por manter o filho no ensino remoto. "É bom que esses pais procurem os pediatras para saber a opinião, é importante que os pais levem as crianças com total segurança na escola que está deixando", orienta.
Outro lado
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que não foi registrada nenhuma denúncia de irregularidades nas escolas no sistema da Vigilância Sanitária.
O município destacou ainda que a fiscalização tem caráter orientativo, mas que dependendo da irregularidade, estão previstas advertência, multas e interdição. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 156
Sobre a autorização que os pais precisam assinar se responsabilizado por eventuais riscos de transmissão, a PBH ressaltou que o termo previsto no protocolo aos responsáveis deve reforçar a importância do respeito às medidas de prevenção dentro e fora de casa, "lembrando que as medidas de prevenção ao contágio e disseminação da covid devem ser vistas como um pacto coletivo, de esforço mútuo, onde a atitude de cada um afeta todos os demais, inclusive no ambiente escolar", informou o município por meio de nota.