Oficialmente, a prefeitura de Belo Horizonte termina, nesta segunda-feira (8), a campanha de vacinação contra Covid-19 com duas doses ou dose única para todos os adultos da capital mineira. O último grupo convocado foi o de pessoas com 23 anos, que recebem agora a segunda aplicação de Astrazeneca.
Apesar de o Executivo ter recrutado todas as faixas-etárias até os 18 anos, ainda há, na capital, 134,9 mil pessoas que não completaram o esquema vacinal – das quais 62 mil tomaram Astrazeneca, 51,9 mil receberam Coronavac e, 20,931, Pfizer. Os dados são de um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e se referem ao período até o último 25 de outubro.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura e questionou se há números atualizados de pessoas que não tomaram as segundas doses para novembro, e se há alguma perspectiva de mudança no planejamento para que campanhas de incentivo ocorram.
Contudo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou não ter números precisos. “De acordo com o Ministério da Saúde, para a aplicação da segunda dose não é obrigatória a apresentação do comprovante de residência. Portanto, uma pessoa pode ter tomado a primeira dose em Belo Horizonte e ter concluído o esquema vacinal em outro município”, detalha.
Em geral, a prefeitura mantém imunizantes disponíveis em diferentes postos, ao menos um por regional, para os atrasados. Outras estratégias como mutirão e Dia D, no entanto, não foram adotadas até o momento em Belo Horizonte, ao contrário do que fora visto em cidades como Contagem, na região metropolitana, e Rio de Janeiro. As estratégias, todavia, não estão nem em avaliação, conforme informou a gestão municipal em nota.
A opção para que os “atrasados” completem o esquema vacinal tem sido pela chamada busca ativa. "A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que vai manter a estratégia da Campanha de Vacinação em andamento, com disponibilização de locais de repescagem para quem ainda não se vacinou. Para garantir que as pessoas se vacinem, as equipes de saúde, durante as visitas domiciliares, conferem a situação vacinal e reforçam a importância da vacinação. Esta ação também é realizada durante os atendimentos nos Centros de Saúde da Atenção Primária e ainda por contato telefônico nos acompanhamentos de rotina", diz o texto.
“Para garantir que as pessoas se vacinem, as equipes de saúde, durante as visitas domiciliares, conferem a situação vacinal e também reforçam a importância da vacinação. Esta ação também é realizada durante os atendimentos nos Centros de Saúde da Atenção Primária e ainda por contato telefônico nos acompanhamentos de rotina”, conclui a SMSA.
Membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 da prefeitura, o médico infectologista Unaí Tupinambás ressalta que é necessário, em especial nas faixas etárias acima dos 50 anos, atenção redobrada em relação à vacinação.
“Estamos com flexibilização total da sociedade, o índice de isolamento social está no mesmo nível da pré-pandemia. É muito importante que as pessoas tenham o esquema vacinal completo. E, lembrando que, para a variante Delta do coronavírus, que é quase dominante no nosso meio, tem-se que ter duas doses. Em especial, aqueles que tem 50 anos ou mais e, claro, a terceira, quando chegar a sua vez. É importante que todos se vacinem para que podemos sairmos o mais rápido possível dessa crise sanitária e humanitária”, destaca.
Além de vacinar os adolescentes sem comorbidades (o que só deve ocorrer no fim de novembro, quando se completam dois meses da primeira dose) e continuar o chamamento para aplicação de dose de reforço em idosos e outros grupos, o desafio, agora, passa a ser a garantia de que os grupos chamados compareçam para completar o esquema vacinal.
Entretanto, a pasta alegou que todos os adolescentes com idade entre 12 e 17 anos “receberam a primeira dose” e “devem completar o esquema vacinal no início de dezembro”. Isso ocorre devido ao adiantamento entre as duas aplicações da Pfizer, única vacina aprovada para aplicação em menores de idade no Brasil, de 12 para 8 semanas.