Pelo menos 45 trabalhadores da educação contraíram Covid-19 desde o retorno das atividades presenciais em Belo Horizonte, em 26 de abril, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública (Sind-Rede BH). As contaminações ocorreram em profissionais distribuídos em cerca de 30 escolas, segundo a diretora do sindicato, Vanessa Portugal.
“Tem uma subnotificação nisso, porque esses são os dados de que o sindicato consegue uma comprovação clara. Temos dificuldades para fazer essa comprovação, porque algumas direções se sentem intimidadas e não nos dão retorno”, afirmou Portugal, em audiência pública para discutir a volta às aulas presenciais na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta terça-feira (25). A reportagem questionou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre quantos casos de Covid-19 ela registrou oficialmente na comunidade escolar e o que fez a respeito e aguarda retorno.
Vanessa Portugal afirmou que o conceito de “bolhas” adotados pelos protocolos da prefeitura não está sendo seguindo com segurança. O protocolo prevê que determinados grupos de estudantes não tenham contato com os demais, mas Portugal disse que os próprios professores estão tendo contato com mais de um grupo. “Um trabalhador pode passar por seis bolhas em uma semana. E é o adulto que tem maior potencial de transmissão e de fazer circular o vírus”, detalhou.
Ela também disse que o número de alunos que retornaram às atividades presenciais na rede municipal é menor do que os cerca de 30% anunciados pela prefeitura, e chega a aproximadamente 25%.
Na última semana, a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, afirmou que as escolas do município estão prontas para receber presencialmente alunos de 6 a 8 anos, em fase de alfabetização. A prefeitura ainda não deu data para o retorno, mas afirma que está trabalhando em um plano para o retorno. As aulas presenciais do ensino infantil municipal, para crianças de até 5 anos de 8 meses, foram retomadas desde o dia 3 de maio, e os trabalhadores retornaram às escolas uma semana antes, no dia 26 de abril.
Desde o retorno das aulas presenciais da educação infantil, parte dos profissionais da educação está em greve. Eles estão sob ameaça de ter salários cortados, segundo o Sind-Rede BH, que iniciará uma campanha para arrecadar verba para auxiliar os profissionais.
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