Com o veto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a importação e a distribuição da vacina russa Sputnik V, as prefeituras de Belo Horizonte, Contagem e Betim aguardam o envio de novas remessas de vacinas pelo Ministério da Saúde para conseguir ampliar a vacinação dos públicos prioritários. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues para poder ampliar os grupos definidos para a imunização.
“A prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo de vacinação”, disse em nota. Sobre a compra da Sputnik V, o órgão informou que o laboratório russo apresentou um cronograma de entregas das primeiras doses para setembro deste ano, “o que não atende à necessidade do município”. “Por isso, não houve avanço na compra”, diz.
E, em Betim, na região metropolitana de BH, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, até o momento, não foi necessário paralisar a vacinação dos grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Imunizações (PNI) por falta de doses. A secretaria disse que vem cumprindo as diretrizes do PNI contra a Covid-19 e realizando a campanha de vacinação no município, de acordo com o recebimento de imunizantes repassados pela Secretaria de Estado de Saúde.
Mas a prefeitura aguarda a distribuição de um novo lote para avançar na vacinação de outros grupos. Em março, a Prefeitura de Betim fez uma reserva de compra de 1,2 milhão de doses da vacina russa Sputnik V. Em um pronunciamento feito ontem, o prefeito Vittorio Medioli (PSD) disse que foi surpreendido pelo parecer Anvisa em relação à Sputnik V.
“É o primeiro ente nacional no mundo que vem com essa decisão. Esperamos que (essa decisão) seja equivocada e que possa ser corrigida nos próximos dias. De qualquer forma, os entendimentos com o fundo operador russo continuam. Nós teremos uma reunião entre os dias 10 e 11 de maio, em Moscou (Rússia). Nosso representante estará lá, e esperamos que até lá as coisas evoluam num sentido positivo”, disse o gestor.
Já segundo a Secretaria de Saúde de Contagem, na mesma região, o município sempre manteve em estoque a quantidade de doses necessárias para a segunda aplicação da vacina contra a Covid-19, garantindo a segunda dose para quem já tomou a primeira. Mas, para avançar na campanha de vacinação, a prefeitura aguarda a chegada de doses adquiridas pelo governo federal. “Contagem seguirá o cronograma de acordo com as doses disponibilizadas pelo governo federal ”, diz a pasta.
O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima, disse ontem ainda haver espaço para a aprovação da importação da Sputnik V: “As portas não estão fechadas. Além disso, todas as decisões da Anvisa são passíveis de recurso”.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que, no momento, o município está com todo o estoque de Coronavac comprometido para a vacinação dos trabalhadores da saúde acima de 39 anos – que começaram a ser imunizados no último sábado – e para aplicação da segunda dose nos idosos de 68 a 70 anos, que será realizada até a próxima sexta-feira.
Até o momento, 700.860 doses de Coronavac já foram destinadas para o público-alvo em Belo Horizonte, sendo que 375.172 pessoas tomaram a primeira dose, e 192.949 já receberam a segunda aplicação.
Em Betim, na região metropolitana, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, para as pessoas com previsão de receber a segunda dose da Coronavac até o fim de abril, o município possui a vacina em estoque. Já para aquelas que devem tomar a segunda aplicação a partir de maio, o município depende do envio de uma nova remessa de doses pela SESMG. “A prefeitura aguarda a distribuição de um novo lote para dar seguimento à aplicação da segunda dose e avançar na vacinação de outros grupos”, disse.