O governo de Minas Gerais espera começar a vacinar os idosos acima de 60 anos entre março e abril. A informação foi passada pelo secretário estadual da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (11). "Espero que, em meados de março ao final de abril, o programa de imunização rode a todo vapor e que, em abril, grande parte da população acima de 60 anos esteja vacinada", disse.
Ele afirmou estar "otimista" de que mais vacinas cheguem ao Estado em fevereiro, dada a possibilidade de o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviarem novas remessas neste mês. Também há esperança de o consórcio internacional Covax, capitaneado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) liberar vacinas para o Brasil nas próximas semanas.
Por ora, Minas recebeu cerca de 1,17 milhão de vacinas, o bastante para imunizar aproximadamente 680 mil pessoas. Até então, 355 mil pessoas receberam pelo menos a primeira dose.
UTIs
No ritmo atual da vacinação em Minas Gerais, os efeitos da imunização devem começar a ser sentidos sobre a ocupação dos leitos de UTI entre março e abril deste ano, estima a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
"Faz 22 dias que recebemos as primeiras doses de vacina em Minas, estamos no começo da campanha de vacinação, que vai durar o ano inteiro. Esperamos que a ocupação de UTI, que é marcador do projeto Minas Consciente, diminua quando tivermos todos os grupos prioritários acima dos 60 anos vacinados. Se tudo correr bem, de março para abril, com doses para o grupo com mais de 60 anos e revacinação dos idosos mais velhos, teremos menos ocupação das UTIs", disse o secretário estadual da Saúde, Carlos Eduardo Amaral
A subsecretária de Vigilância em Saúde, Janaína Passos, citou que Israel, pais com vacinação mais avançada no mundo, iniciou a campanha em dezembro de 2020 e só agora começa a ver efeitos na diminuição da transmissão do coronavírus. Ela também pontuou que a eficácia total das vacinas chega somente um período após a segunda dose ter sido aplicada.
Governo de Minas diz que não deve comprar vacinas por conta própria
Enquanto Estados como Bahia e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal recorrem a Supremo Tribunal Federal (STF) para poderem comprar vacinas por conta própria, sem dependerem do governo federal, o governo de Minas reforça que não pretende empreender uma movimentação nesse sentido.
"O Ministério da Saúde foi claro em falar que toda e qualquer vacina no Brasil, habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), será adquirida pelo ministério. Não há porque não acreditar nisso, porque o ministério tem recursos e estrutura. Não há lógica (em Estados adquirirem vacinas independentemente), e isso é consenso entre secretários municipais e estaduais da Saúde", disse o secretário estadual da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (11).
Em dezembro, uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, autorizou que Estados e municípios adquirissem. vacinas por conta própria, caso o Programa Nacional de Imunização (PNI) não comprasse vacinas aprovadas. Na perspectiva da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), portanto, o trabalho ministerial, neste momento, não deixa margem para que outros entes federativos precisem adquririr vacinas fora do PNI.
O secretário da Saúde também explicou que não hpa perspectiva de utilizar na vacinação parte dos R$ 37,68 bilhões pagos pela Vale ao Estado para a reparação dos danos socioeconômicos e socioambientais causados pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na região metropolitana de BH. “Esse dinheiro é carimbado, vai para ações específicas”, resumiu o secretário Carlos Eduardo Amaral.
Secretário da Saúde diz que receitar remédios contra Covid é escolha de médicos
Segundo a equipe de comunicação da Assembleia Legsislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta semana, o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) disse que convocará audiência pública para discutir o uso de cloroquina contra Covid-19 — o que ele chama de “tratamento precoce”, algo que não existe no consenso científico. Ele afirma que o uso da estratégia em Porto Seguro, na Bahia, diminui a letalidade da doença. O deputado Bartô (Novo) disse que participará da audiência e que ela discutirá não estudos, mas “a prática”.
Questionado sobre a posição do governo do Estado a respeito da discussão, o secretário Carlos Eduardo Amaral disse que receitar ou não medicamentos contra a doença é prerrogativa dos médico, posicionamento similar ao do Conselho Federal de Medicina (CFM). “Todos os medicamentos aventados até agora são da farmácia municipal, adotados e fornecidos pelo SUS. A prescrição não é um ato governamental, mas médico. O médico que examina o paciente e, baseado nisso, acha que deve dar algum medicamento ou não. Os medicamentos da farmácia municipal são comprados por ela. O Estado é cofinanciado delas, mandamos em torno de R$ 5 milhões mensalmente para compra de medicamentos”, completou, na coletiva de impresa.