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Covid-19

Após um ano de Covid-19, risco de segunda onda fica no caminho até a vacina

Publicada em 01/12/20 às 09:09h - 29 visualizações

por Por GABRIEL RODRIGUES


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 (Foto: google imagem)

Infectologistas fazem apelo para que população não participe de festividades com aglomeração no final do ano, enquanto imunização dá sinais de se aproximar


A crise da Covid-19 só foi declarada oficialmente uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 11 de março, mas já causava estragos na China em dezembro de 2019. Há relatos de casos iniciais no país em novembro, mas um dos estudos pioneiros sobre a doença, publicado na revista científica “The Lancet” em fevereiro de 2020, pontua que os sintomas de um dos primeiros pacientes com confirmação laboratorial de Covid-19 começaram há exatamente um ano, no dia 1º de dezembro de 2019.

Desde então, a doença misteriosa que intrigava médicos chineses contaminou pelo menos 63 milhões de pessoas em todos os continentes e matou 1,4 milhão. No caminho, levou a mudanças na economia, nos modos de trabalho e na cultura que talvez se provem permanentes mesmo após o surgimento de uma vacina, que já parece se avizinhar. Em meio à ameaça de uma segunda onda da pandemia, pesquisadores temem, ainda, que a população abandone as medidas de prevenção antes mesmo de ser vacinada. 

“Temos notícias interessantes sobre as vacinas sendo paulatinamente aprovadas neste final de ano para uso emergencial. O risco é o nacionalismo e o egoísmo. Estados Unidos e Europa compraram milhões de lotes da Pfizer e da Moderna e o acesso a elas pode ser mais difícil para países como o Brasil”, lembra o infectologista e membro do comitê de enfrentamento à pandemia em BH, Unaí Tupinambás. O consórcio internacional de que o Brasil faz parte dá acesso a uma quantidade ainda não especificada doses da opção da Moderna, mas o país ainda não anunciou acordo com a Pfizer.

Ele e o infectologista Estévão Urbano, também membro do comitê belo-horizontino, apostam que a vacina trará alívio e que, depois delas, voltará a ser seguro se reunir com amigos em bares e visitar parentes idosos. Mas lembram que, dificilmente, toda a população brasileira será vacinada já em 2021, dado que isso demandaria mais de 400 milhões de doses de vacinas, uma vez que o indicativo é que sejam necessárias duas picadas por pessoa. 

O Ministério da Saúde afirma que os brasileiros começarão a ser vacinados no primeiro trimestre do próximo ano. Segundo Urbano, o comitê de BH discute alternativas para obter vacinas, caso o governo federal não as disponibilize nacionalmente, e provavelmente idosos, profissionais de saúde da linha de frente e pessoas com comorbidades devem ser as primeiras a receber imunização. 

Conter ou diminuir uma segunda onda da pandemia é o desafio dos brasileiros até alguma vacina chegar às unidades de saúde. Abandonar cuidados no Natal, Ano-Novo e férias de verão pode colocar parte dos esforços a perder, pontua Urbano. “As pessoas têm que entender que haverá outras férias e outros Natais e não fazer dessas festas, festas de despedida. Não queremos que esse seja o último Natal de muitas pessoas. Não é hora de relaxar”, conclama. 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirma, por meio de nota, que a alta nos casos de Covid-19 observados em Minas nas últimas semanas é uma “flutuação por conta de uma série de eventos como feriados e comemorações que levaram as pessoas a deslocamentos e aglomerações” e que as condições climáticas do Brasil são diferentes da Europa, onde já se fala em uma segunda onda da pandemia. “Eles estão entrando no inverno, época em que o coronavírus circula mais. Nós estamos entrando no verão”, continua, destacando que a propagação ou freio da doença depende da adoção de medidas preventivas contra ela. 

Em 12 meses, vírus retraiu economia desde BH a mercado internacional

A expectativa do Sindicato dos Lojistas de BH (Sindilojas BH) era de recuperação do comércio da capital em 2020, após a crise que se estende desde 2014. Após meses de portas fechadas e uma liberação gradual a partir de agosto, porém, a perspectiva é negativa até para 2020. “Em janeiro, fevereiro e março, mais lojas fecharão”, diz o presidente do sindicato, que há meses estima um fechamento de 20% das lojas da cidades durante a pandemia, número que ainda não é confirmado pela prefeitura. 

O cenário econômico incerto não é exclusivo ao comércio ou à capital mineira. O Brasil bateu o recorde do desemprego, com 14,1 milhões de pessoas sem trabalho e o governo federal estima uma queda de 4,5% do PIB nacional, enquanto cogitava um aumento do índice em 2,4%, no começo deste ano. O mundo não fica atrás: o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma retração de 4,4% na economia mundial neste ano também. 

“Agora, temos o pior cenário possível no Brasil. Não teremos dinheiro para continuar com o auxílio emergencial e não controlamos a pandemia efetivamente. Vamos ter um problema de saúde pública e os mercados internacionais verão que não lidamos direito com a pandemia”, pontua o professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Edson Domingues.

Desigualdade social pode ser aprofundada no Brasil

Antes da pandemia, o Brasil seguia por um caminho de aprofundar a desigualdade social, que chegou a um patamar recorde em 2019. O auxílio emergencial estancou o movimento, de acordo com o sociólogo e membro do Observatório Social da Covid-19 da UFMG Jorge Alexandre Neves. As parcelas distribuídas pelo governo ajudaram a tirar cerca de 15 milhões de brasileiros da linha da pobreza, segundo cálculo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas eles podem despencar rapidamente de volta ao patamar anterior, quando o auxílio for suspenso. 

“Nos tornamos menos desiguais na pandemia e vimos que existe um caminho para isso. Mas é um caminho caro, que consome cerca de R$ 50 bilhões por mês. A política econômica foi efêmera e o fim do auxílio encaminha para aumento da desigualdade em maior ritmo”, avalia Neves. 




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