À frente desta inciativa como presidente, a médica pediatra Eliane De Carli faz um balanço dos primeiros 150 dias de atuação do Núcleo “Lux Mundi” neste 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A médica trabalha em um consultório de pediatria e, além da atuação na Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, participa também das seguintes comissões da Criança e do Adolescente da OAB-PR, do Conselho Consultivo de Vítimas do Projeto Piloto da “Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores” da Santa Sé e da Comissão para a Proteção Integral e a Garantia dos Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente (COPAC), do movimento dos Focolares.
Neste período, ela informa que o Núcleo manteve contato com mais de 90 arcebispos e bispos brasileiros, com congregações religiosas masculinas e femininas de todas as regiões do país. E constatou que: “Muitos já têm uma caminhada no sentido de organização de serviços/comissões, porém também são muitos os que estão se organizando e solicitam ajuda. Ficamos muito felizes por esta possibilidade de caminharmos juntos com os que precisam de nós. Ainda temos muito para fazer“, aponta.
De acordo com a Doutora, os primeiros quatro meses de trabalho permitiram entender o que a Igreja no Brasil mais demanda, neste momento, ao Núcleo “Lux Mundi” como a atualização das Diretrizes e a oferta de cursos de capacitação continuada, em todos os níveis, para as pessoas que trabalham com crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis no âmbito eclesial. Apesar dos avanços, a pediatra acredita ser necessária uma mudança de paradigma e que é importante falar mais sobre o tema para desmitificá-los e tirá-lo das sombras.
Segundo ela, a Igreja Católica precisa reforçar o contato com a sociedade civil, por meio das Redes de Proteção de Crianças e Adolescentes existentes tanto em âmbito local como nacional para uma colaboração recíproca na prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes e vulneráveis. Ela também elenca o tamanho do Brasil, as dificuldades geográficas no deslocamento em seu território, bem como as diferenças culturais que influenciam na mudança de postura como desafios no enfrentamento ao tema.
“Precisamos passar a ser atores das atitudes preventivas para que tenhamos uma Igreja segura para crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. Deste modo também se procede à uma mudança de postura e à uma atuação de educação na prevenção”, defende.
Os 5 pilares do trabalho do Núcleo “Lux Mundi”
1) Colaborar com a instalação e constituição de Serviços Diocesanos de proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, de modo que em 2 anos pelo menos 50% de todas as dioceses e congregações religiosas do país tenham seus Serviços de Proteção constituídos.
2) Ajudar na sistematização, por meio de diretrizes, das medidas de segurança e proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis na Igreja do Brasil.
3) Promover a formação e capacitação no que se refere à doutrina da proteção integral e na prevenção da violência contra crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis para que os espaços da Igreja sejam seguros, trazendo o conhecimento e novas atitudes para prevenir e evitar quaisquer formas de violência dentro da Igreja do Brasil.
4) Estabelecer parcerias eficazes através de termos de cooperação com instituições para a realização dos cursos.
5) Reforçar a relação com a Rede de Proteção da Criança e do Adolescente, nacional e localmente.
Para a realização deste trabalho, a médica informa que foram constituídos Grupos de Trabalho (GTs) com a participação de voluntários e pessoas com reconhecimento profissional, sendo: GT sobre Cursos, GT sobre Parcerias, GT sobre Diretrizes e GT sobre Comunicação.
Reunião de coordenação geral e planejamento do trabalho do Núcleo Lux Mundi. Foto: print.